1 - André, em qual momento você percebeu que tinha aptidão para o mundo artístico?
Eu comecei a fazer teatro no colégio para fugir da educação física! Na adolescência, estar na energia competitiva do esporte não era algo que queria. Pisei no palco do Teatro Ariano Suassuna, no Colégio Marista, e lá comecei a ter contato com um mundo novo. A partir desse momento eu pude perceber que alguma coisa em mim ocupava um lugar. Um sentido de vocação mesmo! Minhas energias todas se voltavam para isso, para essa construção de um fazer artístico. Onde eu tenho um canal de expressão genuíno e onde eu vivencio um processo de amadurecimento como artista e como homem. Ali eu entendi que o que parecia ser minha fraqueza, ser sensível, sonhador e imaginativo, era a minha força.
2 - Música e performance. Qual é a importância da junção do som e da teatralidade nos seus espetáculos?
Na verdade, essa é a gênese do meu trabalho. Misturar, unir, borrar um pouco essas fronteiras das artes. Eu digo que o teatro é a minha “arte-mãe”, é a base de onde todo processo se desdobra. Então, pela minha formação como artista, não faz sentido ir por outro caminho. Eu penso sempre um show como um espetáculo, e eu sou sempre um ator em cena. Por isso, a palavra dita é tão importante quanto as canções. Nesse momento, também tenho trazido a dança, pela minha vivência de trabalho de expressão corporal que o teatro me trouxe, e assim vou construindo as camadas de cada espetáculo.
3 - Quais são as suas maiores referências no mundo do cinema e como elas transitam no seu trabalho?
Meu primeiro encantamento, na infância, foi com o cinema nacional mesmo. Os filmes dos Trapalhões ficaram muito guardados na minha memória. Depois, na minha adolescência, fui ter contato com o cinema brasileiro mais genuíno, de Vidas Secas, Deus e o Diabo na Terra do Sol, até Central do Brasil. Nesse tempo, também comecei a fazer trabalhos práticos no audiovisual, foi quando decidi entrar para faculdade de Jornalismo e daí abrir meus olhares para o cinema do mundo. Bergman, Kieslowski, Truffaut, Angelopoulos, Billy Wilder e uns tantos outros, viraram referências fortes.
4 - Qual é o maior desafio de produzir uma obra cinematográfica?
O maior desafio é vivenciar todo processo. São muitas etapas, que demandam tempo e dedicação. Meu último filme, Rebento, meu primeiro longa-metragem, foi um processo de 10 anos. Desde a etapa de criação do roteiro, a captação de recursos, a construção de uma equipe, a preparação de elenco, as filmagens e etc. Tudo é uma grande demanda de energia. Agora estou vivenciando o grande desafio que é fazer o lançamento de um longa, não é fácil.
5 – O Festival de Música da Paraíba, que vai acontecer em João Pessoa no início do ano que vem, está proporcionando aos artistas uma oportunidade de visibilidade e reconhecimento. Qual é a importância do Festival para os musicistas e compositores da terra?
Eu penso que é uma grande celebração! Uma celebração da música paraibana, uma celebração dos artistas que estão juntos nessa lida do fazer artístico. Também penso que é um encontro com os artistas de outras cidades, e isso é de suma importância, aproximar mais a Paraíba. Estou curioso para ouvir e aplaudir as obras dos meus amigos de ofício, que estão construindo coisas tão belas! Fico feliz de poder admirar e ter como referência, nesse momento, os artistas que são da minha cidade, muitos da minha idade, produzindo com tanta vocação e delicadeza. Vivenciamos um momento belo e que alegria poder celebrar isso!
6 - André, agora nos diga uma música, um filme, um clipe e um livro que te inspiram no processo criativo.
A música é "7 Cantigas Para Voar" de Vital Farias, o livro "O Amor Natural" de Carlos Drummond de Andrade, o clipe é "Sutilmente" do Skank e o filme "Nós que Nos Amávamos Tanto" de Ettore Scola.
6 - André, agora nos diga uma música, um filme, um clipe e um livro que te inspiram no processo criativo.
A música é "7 Cantigas Para Voar" de Vital Farias, o livro "O Amor Natural" de Carlos Drummond de Andrade, o clipe é "Sutilmente" do Skank e o filme "Nós que Nos Amávamos Tanto" de Ettore Scola.
Erick Marques