De lá pra cá, muita coisa mudou em termos de avanço de som e imagem, mas o princípio é o mesmo: contar uma história e conquistar o público. Quem diria que na primeira exibição pública do filme "L'Arrivée d'un train à La Ciotat" (A Chegada do Trem na Estação) lá em 1896, o público fugiria da sala acreditando que o trem sairia da tela? Era o cinema iniciando o seu encanto. Hoje em dia, temos salas equipadas com os melhores sistemas de som, o precursor disso foi ninguém menos que Walt Disney, com o filme Fantasia, lançado em 1940. Disney queria que o público tivesse uma experiência totalmente sensorial assistindo ao filme, por ser uma obra em que a música sinfônica tem uma importância enorme, então os engenheiros da empresa desenvolveram o sistema "Fantasound", um esquema que espalhava diferentes sons em diversas partes do ambiente, e é exatamente isso que fazem os sistemas de som 'surround' que usamos até os dias de hoje.
Muitas mídias já foram utilizadas para reproduzir os nossos filmes favoritos, eu mesmo era frequentador assíduo das videolocadoras na infância, alugava sempre os mesmos filmes e nunca cansava, justamente por não ser tão acessível. Nos dias de hoje, á qualquer hora e lugar podemos assistir aos nossos filmes favoritos. As telas foram diminuindo: cinema, TV, notebook, celular (até hoje não sei como alguém consegue apreciar uma produção em telinhas tão minúsculas, tentarei um dia!). A acessibilidade e os "torrents" se manifestaram, muitas opções ao mesmo tempo, muita rapidez, todo dia uma serie nova, é frenético... Tudo que vem fácil, vai fácil. Muitas vezes quando as opções são tantas e a facilidade é tamanha, não temos tempo de realmente apreciar uma obra, de ter uma sensibilidade com aquilo que está sendo mostrado ou deixar que ela nos marque. Acho importante que a cultura do cinema seja acessível, mas que também o seja DENTRO DO CINEMA, que os amassos nunca deixem de acontecer, que o pretexto para ver os amigos e assistir aquele filme (que todo mundo sabe que não é grande coisa) mas que serviu para reunir e tirar umas boas gargalhadas, nunca desapareçam. Cinema é cultura. Cinema é geração. E que nunca, jamais, em hipótese alguma, permitiremos que as histórias contadas nas telonas (ou nas telinhas, eu me rendo...) parem de tocar os nossos corações, afinal, a arte imita a vida, e a vida imita a arte!!!
"No escurinho do cinema, chupando drops de aniz, longe de qualquer problema, perto de um final feliz..."