quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Resenha: Ed Wood (1994)

Entre Dráculas e vampiras:


Sabe aqueles filmes que são pouco conhecidos mas quando você descobre parece que achou uma mina de ouro? Pois bem, com "Ed Wood" é assim, longa do diretor norte americano Tim Burton de 1994, o filme conta a história de Edward Davis Wood Jr., considerado o pior diretor de todos os tempos, com roteiro baseado no livro "Nightmare of Ecstasy", de Rudolph Grey. De fotografia (Stefan Czapsky) impecável e rodado completamente em preto e branco, o filme é cômico e dramático ao mesmo tempo, com suas cenas impagáveis mostrando Wood (Johnny Deep) em suas trapalhadas e esforços infinitos para conseguir produzir os seus longas, prova que a perseverança sempre providência resultados. Afinal, Quem nunca teve uma ideia e se sentiu incompreendido?
Na época de ouro dos filmes de Hollywood (o filme é ambientado nos anos 1950), Wood entra nesse motim para provar as pessoas que tem visão, que simplesmente quer contar histórias das coisas interessantes e peculiares para ele, sempre improvisando e com mil e uma cartas na mão, o filme mostra bem esse lado versátil do diretor que gostava de vestir peças femininas (principalmente um chalé de angorá) por debaixo das masculinas, mas que depois de um tempo resolveu usá-las sem se importar com a opinião alheia, produzindo até mesmo um filme sobre essa particularidade ("Glen or Glenda", estrelada por ele mesmo e sua ex-esposa).


Tim Burton prova que é um artista e realmente entende a alma do famigerado diretor, certamente se identificou com ele não só por ser fã de filmes B de terror, mas por também ter uma visão singular do mundo. Burton e Wood tem muito em comum, durante toda a película Wood é um cara inocente que simplesmente quer fazer a sua obra ser rodada, mas precisa de um astro para alavancar o processo e conseguir financiamento, até que encontra Bela Lugosi (Martin Landau), famoso ator Húngaro em decadência, mais notável por seu papel em "Drácula" (1931), esperando pela volta dos seus dias de glória. E o que dizer dos outros personagens extravagantes e desajustados que ajudam Wood durante toda a sua empreitada: Vampira (Lisa Marie Smith), o incrível Criswell (Jeffrey Jones), Bunny Breckinridge (Bill Murray), Dolores Fuller (Sarah Jessica Parker). Johnny Deep está perfeito no papel, transparece a inocência, a garra e todo o humor que o personagem precisa para passar ao público esses sentimentos reais, até no quesito do olhar e expressão facial Deep da um show de interpretação!


"Ed Wood" é um saudosismo aos filmes antigos de terror, a época de ouro do show-business e aos programas soturnos que passaram naquela época, por se situar em Los Angeles, é ensolarado, as palmeiras gigantes entre os grandes estúdios acentuam ainda mais esse aspecto... Burton deu um tiro certeiro na trilha (Howard Shore) e nos figurinos (Colleen Atwood) também, mostrando o lado sensível e criativo dos seres extravagantes que nos habitam sem qualquer hipocrisia ou filtro, é a ideia "jogada na lata", é um sonho sendo realizado, é um homem dirigindo um filme com roupas femininas, e qual é o problema?. O filme pode não ser tão popular, mas certamente é um dos mais criativos do diretor. "Ed Wood" ambienta o espectador naquela época, é quase como uma abdução de uma nave espacial de um filme "trash" para todo aquele universo noir e cheio de personagens góticos, dramáticos e divertidos! E são poucos filmes que conseguem fazer isso tão bem.



O filme mais famoso feito por Ed Wood é "Plano 9 do espaço sideral" (1959) e pode ser visto completo aqui nesse link via YouTube:



Tim Burton fez um filme digno de aplausos! Em breve farei mais posts sobre a obra dele e muito mais, para novidades quentinhas saindo do forno curte aqui a página do blog no face!


quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Entrevista com o vampiro apresenta: Márcio Ueoka (Monogamy Art)

Márcio Ueoka é natural de Curitiba, mas veio parar no lugar mais próximo da linha do Equador em 2011, cursando moda em João Pessoa. Em 2012 concluiu o curso, mas outra vertente da arte falou mais alto: A ilustração. Márcio é um ilustrador de pulso firme, materializa o que vem na mente sempre transitando entre o lápis e o pincel, descobri que essa é uma vontade que vem desde a infância do artista e agora potencializada com a sua namorada Talita Asami que juntos formaram a "Monogamy Art", essa mistura ficou ainda mais homogênea! Aliás ambos são descendentes de japoneses e se conheceram no Japão, depois de um hiato, reataram o contato aqui no Brasil. Vamos descobrir mais desse universo envolto por aquarelas e ideias que nos fazem transformar o que esta no papel (ou em qualquer outra plataforma) em realidade:



O céu estava confuso, não se sabia se ia chover ou se o sol ia prevalecer, ainda tinham muitas nuvens no céu quando eu e Márcio nos sentamos numa mesa próxima a piscina para batermos um papo numa tarde agradável de João Pessoa. Márcio estava com os cabelos longos e escuros soltos, óculos de armação marrom e preta, bermuda azul marinho e uma regata com uma estampa da banda "Led Zeppelin":

LC - Como a "Monogamy Art" começou? 
MU - Tudo começou no final de 2013 quando eu e Talita voltamos a nos falar e eu estava meio que sem saber o que ia fazer da vida, mas eu estava desenhando muita coisa e depois de ver alguns artistas como referência eu disse pra mim mesmo que era possível viver de arte, ela também já desenhava, então um inspirou o outro na vontade de fazer isso. Ela morava em São Paulo, então finalmente em 2014 ela se mudou pra cá, daí surgiu essa mistura, eu não usava cor nas minhas ilustrações e ela sim, disso surgiu a ideia de um projeto colaborativo entre nós dois.
LC - E porque esse nome? 
Na verdade, a nossa primeira ideia foi ilustrar animais monogâmicos e já faz uma alusão a nós dois como um casal e dupla de artistas.


LC - Que tipo de material vocês usam nas ilustrações?
MU - Nós usamos bastante materiais, mas geralmente eu foco mais no nanquim e ela na aquarela, ás vezes guache ou grafite... Isso quando estamos na plataforma do papel, mas existem inúmeras outras plataformas, já trabalhamos até com madeira inclusive... uma infinidade de materiais!


LC - Vocês resgatam personagens antigos que remetem a infância dos anos 90, como surgiu essa releitura e qual é a resposta do público que viveu essa década?
MU - Isso esta bem ligado ao início também, ao "porque que eu comecei a desenhar" sabe, quando eu era criança e via desenhos como "Dragon Ball Z", "Cavaleiros do Zodíaco", "Sakura Card Captors", e foi aí que eu comecei a desenhar algumas coisas, gostava de desenhar o Goku entre outros personagens. E agora com um traço bem definido eu pensei em resgatar esse assunto. E a galera responde muito bem, principalmente quando reconhecem personagens mais famosos como a releitura que nós fizemos de "As Meninas Superpoderosas" que foi bem divertido de fazer, fizemos alguns personagens de video-games também. É um tema que eles se identificam, até porque o público alvo dessas ilustrações é a galera que tem a idade da gente, que cresceu naquela época.
LC - Qual a influência da cultura japonesa no trabalho de vocês?
MU - É bem grande, na Talita é bem forte o mangá, pois o traço é mais delicado, os olhos são típicos desse estilo. Eu ultimamente estou buscando mais as pinturas antigas, as xilogravuras e pinturas mais tradicionais que eles usavam tentando uma adaptação para o meu traço, o "ukiyO-e" é um exemplo disso (movimento artístico), a maior referência é "A grande onda" (gravura tradicional). Também gostamos dos personagens clássicos da cultura japonesa, Gueixas e Samurais sempre estão presentes no nosso trabalho... O que nos inspirou a desenhar a princípio foram as animações japonesas. Ser artista esta muito ligado com o que você era na infância, toda criança pega um lápis pra desenhar, então automaticamente nós temos essa ligação com esses personagens que rondaram o nosso imaginário na infância.


LC - Além de tudo, vocês também fazem workshops, como funciona essa didática de ensinar ilustração?
MU - É interessante porque a gente sempre acha que não sabe de nada, e eu tenho essa vontade de trabalhar com ensino mesmo. Então Gabriela Maroja da escola de cursos "Casa Livre" conheceu o nosso trabalho e perguntou se nós não gostaríamos de ministrar algum curso, gostamos da ideia e aceitamos! Ensinamos o básico para pessoas que tem receio de aprender, ou se sentem desconfortáveis, até porque a objetivo do workshop é fazer com que a pessoa se sinta confortável com o próprio traço, não é para impressionar ninguém, mas sim para se surpreender com o próprio potencial que muitas vezes tava escondido ali!
LC - Vocês ensinam o que no workshop?
MU - Técnicas com nanquim e aquarela no geral.
LC - Como você enxerga a cena artística da cidade de João Pessoa?
MU - Eu vejo que tem bastante artista aqui, atuando em áreas distintas, ilustradores, designers, fotógrafos... Só que ás vezes eu não sei se é individualismo de cada, mas eu não vejo uma união! É foda porque todo mundo fala mas ninguém se mexe, eu não vejo motivação para os artistas daqui se juntarem para bolar algo maior e valorizar a arte... Mas vejo muito potencial!
LC - Mas você acha que esse individualismo artístico é cultural?
MU - Eu acho que é mais cultural sim, mas também tem aquela coisa de guardar "aquilo" só pra ele, no sentido de exclusividade, parece que é um medo de concorrência constante! Eu acho que mais válido seria ter cada vez mais união nesse aspecto, compartilhar mesmo.


LC - Agora me diga uma música, um clipe, um filme e um livro que te inspiram na hora de colocar a mão na massa (ou pincel haha)!
MU - Curto muito a música "Under Cover Of Darkness" do "The Strokes", os filmes do "Studio Ghibli" são sensacionais, fico impressionado com a quantidade de detalhes nos movimentos, mas se for pra escolher uma animação seria "Princesa Mononoke"! Leio muitos mangás, o meu favorito é "Samurai X" e tem dois clipes que eu gosto muito: "The 1975 - Robbers" e "Breaking The Habbit" do "Linkin Park"!

Saca só esse vídeo mostrando o processo criativo de uma série de adesivos idealizados pela Monogamy!


Valeu Márcio! Quer saber mais sobre a "Monogamy Art"?! Se liga e segue nas redes sociais também:
Insta - @monogamyarts







sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Devaneios em crônica apresenta: Homem-Aranha em "Teias Modificadas"

Ilustração: Paulo Moreira

Peter Parker era mais um cara na cidade de Nova Yorque tentando levantar uma grana extra no fim do mês, mas não era um cara normal, apesar de ter tudo pra ser, Parker era o amigão da vizinhança, o Homem-Aranha. Peter trabalhava como fotógrafo não fixo no jornal mais sem escrúpulos e sensacionalista da cidade, o Clarim Diário, cujo chefão era ninguém menos que  Jonah Jameson, para os mais íntimos "JJJ", que para o azar de Parker detestava o super-herói, mas que por sinal lucrava muito em cima dele.
Peter estava atrasado para a aula de química das 14:30hs, mas mesmo assim resolveu passar na redação para mostrar a Jameson as fotos que tinha feito, e com um sorriso bobo disse:
- "Senhor, trouxe mais fotos exclusivas do Aranha, dessas o senhor vai gostar!"
JJJ fumava um charuto e esticou a mão com aquela cara de Bulldog "Deixe-me ver as novas fotos daquele delinquente do Aranha!" Analisou com atenção, apertou os olhos e disse "Ah! Pago cinquenta paus por todas."
Peter sem acreditar falou -"Mas senhor, essas fotos são exclusivas, ninguém as tem!"
-"Pouco me importa, é pegar ou largar Parker..." Disse Jameson dando mais um trago no charuto. Jonah estava com pressa e Peter com pressa de pagar as suas contas atrasadas.
- "Tudo bem" Disse Peter perdendo mais uma luta verbal naquele lugar.
- "Muito bem!" afirmou JJJ -"Já vejo a manchete principal: "Aranha assalta mais um banco e população fica aterrorizada." Disse afastando as mãos lentamente e olhando para cima como se a manchete estivesse ali, bem na frente dos seus olhos.
-"Mas senhor!, ele estava impedindo este assalto, estava ajudando a popu..."
-"Pouco importa!" Interrompeu Jameson -" Esse Aranha é delinquente e eu sei!"
-"Mas senhor..." Tentou mais uma vez.
-"Agora chega Parker, vá embora e me deixe trabalhar, antes que eu pegue meu dinheiro de volta!"
Peter saiu aborrecido, mas por outro lado tinha conseguido o dinheiro. Ficou ali pensando que já estava atrasado para a aula de química e em como as notícias são distorcidas e manipuladas... De repente ouviu um barulho de sirenes de viaturas policiais e com um leve sorriso esboçado outro pensamento logo lhe ocorreu: O de que o espetacular Homem-Aranha tinha que fazer juz ao seu nome e ajudar a vizinhança mais uma vez.


Quer uma dica do que ler do nosso amigão aracnídeo? Anota aí ,"Homem-Aranha Azul" é uma obra escrita e desenhada pela dupla ganhadora do prêmio "Eisner" Tim Sale e Jeph Loeb, onde a dupla explora justamente esse lado mais humano do herói como um adolescente como qualquer outro tentando conquistar a garota do colégio! É de se emocionar, vale muito a pena, até o próximo post galera!

domingo, 25 de setembro de 2016

Marilyn Manson - The Hig End of Low

"Você acha que o álbum é honesto, eu acho que o álbum poderia facilmente ser visto como uma mentira... Porque é muito focado onde minha cabeça estava no cinema. É em partes o fato que eu quase desisti da música e tentei focar toda minha energia em fazer um filme. Eu tendo a me rodear com isso, meus amigos não são atores ou diretores, ou pessoas envolvidas com isso, e aparece a questão, estou atuando no álbum? Estou dirigindo? E se eu estiver atuando, você não vai entender que pessoa é real – a personagem ou o ator? Torna-se realmente confuso. E nem tento e questiono isso."

Suicide Girls entrevista com Marilyn Manson, 2009. Trecho.


The High End of Low é o sétimo ábum de estúdio de Marilyn Manson, foi produzido por ele, Chris Vrenna e Twiggy Ramirez. Particularmente tenho uma relação muito próxima com esse disco pois era adolescente quando ganhei de um amigo e se trata sobre todo esse universo de descobertas, decepções, revoltas e amores. Digamos que é o último sopro adolescente de um indivíduo que tenta se descobrir em meio a intensidade, emoção e raiva. O disco foi lançado em maio de 2009 e marca o último trabalho com a gravadora de longa data, a Interscope Records, sendo um dos discos menos conhecidos, mas muito rico em arte e conceito, The High End of Low lembra o aclamado "Mechanical Animals" de 1998, tendo um toque mais realista em suas letras e passagens, apesar de ser praticamente um disco "encaixotado em um rolo de filme" como é conceituado, Manson procura fazer de seu filme uma realidade, vice-versa. Em entrevista a revista "SPIN" Manson disse: "É sobre cair em desgraça e tentar se fixar... É como passar através dos estágios de destruição e reconstrução".





O título do album foi baseado no aclamado filme "Tengoki To Jiogoku, dirigido por Akira Kurosawa, que traduzido para o inglês ficou "High and Low", só que de maneira literal significa "Heaven and Hell" (Céu e inferno), e é sobre isso que o disco fala, sobre a queda e a reconstrução do ser de maneiras diferentes.


SETLIST:

1. Devour
2. Pretty As A ($)
3. Leave A Scar
4. Four Rusted Horses
5. Arma-godaan-motherfuckin-geddon
6. Blank And White
7. Running To The Edge Of The World
8. I Want To Kill You Like They Do In The Movies
9. WOW
10. Wight Spider
11. Unkillable Monster
12. We're From America
13. I Have To Look Up Just To See The Hell
14. Into The Fire
15. 15

Singles:
Arma-godaan-motherfuckin-geddon
We're From America

VÍDEOS:

Arma goddamn motherfuckin geddon



O primeiro clipe foi o de "Arma-goddamn-motherfuckin-geddon" e mostra Manson como um ditador e ao mesmo tempo como um soldado em meio ao caos de uma cidade destruída, as dançarinas estão com os rostos pintados de "Blackface", uma maquiagem teatral que surgiu no vaudeville e que ele já tinha se apropriado bastante no álbum de 2003 "The Golden Age Of Grotesque". Manson revelou que o vídeo foi filmado por 30 ou 40 câmeras, mas apenas 2 dessas câmeras compõem as imagens vistas no vídeo final.
Dirigido por: Nathan Cox & Marilyn Manson

Versão alternativa do diretor:




Running To The Edge Of The World 



O vídeo de "Running to the Edge of the World" é basicamente focado no rosto de Manson com um véu tendo "flashes" de uma história em que ele violenta uma mulher até a morte. Provavelmente a atriz que aparece no clipe é uma representação de Evan Rachel Wood, com quem Manson estava namorando na época, e na minha interpretação é como se ele estivesse matando esse amor, só que no vídeo é mostrado de uma forma literal bruta. (O vídeo foi gravado em uma das vezes em que ele e Evan romperam). Também é interessante notar a semelhança do clipe com o filme "Psicopata Americano", em particular a cena em que Manson assina o livro de visitas com uma luva, de forma idêntica a Patrick Bateman - Christian Bale - no filme.
Dirigido por: Delaney Bishop

WOW



Em maio de 2010, um vídeo da música "WOW" foi lançado na conta do Myspace de Manson, o vídeo que foi dirigido por ele mesmo nada mais é do que uma repetição da atriz Evan Rachel Wood brincando com a alça de seu vestido, com uma maquiagem inspirada na "Dália Negra". Segundo a descrição do vídeo, o vídeo foi filmado em 2008, cerca de um ano antes do lançamento do álbum.
Dirigido por: Marilyn Manson


TURNÊ


A turnê do disco teve início em  03 de junho de 2009 e acabou em 21 de dezembro na França, passando pela Europa, América do norte, Japão e Austrália. O palco da turnê é repleto de luzes cinematográficas, a maquiagem é retocada no palco e assistentes ajudam com mudanças de figurino sendo observadas pelo público. A cada nova música um assistente bate a claquete mostrando que um novo ato vai começar, um filme inteiro se passa e Manson mostra toda a sua teatralidade palpável e crua.



Em 04 de dezembro de 2009 um novo ato final foi adicionado a turnê, quando um cadáver realista de Evan Rachel Wood apareceu ensaguentado em uma cama branca, fazendo uma representação fiel de suas idéias no clipe de "Running To The Edge of The World". Como Manson declarou em Junho de 2009: "Eu quero transferir minha parte doméstica para o palco. Quero borrar a linha entre minha arte e minha vida pessoal no palco." 



Como em um final alternativo, no último show da turnê, em 21 de dezembro, Manson canta "Devour" segurando uma rosa e a ofereceu a Evan que estava ao lado do palco durante a canção, pedindo ela em noivado na mesma noite, esse foi o final feliz de um filme que teve altos e baixos durante essa estrada.



Infelizmente a turnê não teve registro oficial, mas vários fãs fizeram filmagens ao redor do mundo, como você pode conferir aqui o último show em Paris completo:




Especula-se que o nome da turnê seria "Et Cetara Tour", embora nunca tenha se confirmado oficialmente.
Foi durante essa turnê que Manson escreveu as letras de seu próximo álbum "Born Villain" de 2012.


Eaí, curtiu? Marilyn Manson é um artista completo que junta música, conceito e teatralidade como poucos e em breve farei mais posts sobre ele! Quer saber mais a arte do "shock rocker"? É só entrar aqui nesses links para mais informações!






terça-feira, 13 de setembro de 2016

Entrevista com o vampiro apresenta: Ary Régis Lima

Ary Régis é um daqueles artistas que você precisa conhecer, natural de João Pessoa, ele enche nossos olhos das mais diversas maravilhas. Fotógrafo, contador de histórias pelo olhar, Ary cria o seu universo confabulando conceitos e histórias que nos fazem viajar pela sutileza de seu trabalho, compondo personagens e jardins cheios de emoção envoltos de magia e fantasia. É uma honra para mim estrear minha série "Entrevista com o vampiro" com um artista tão singular! Bom, vamos saber mais e finalmente adentrar em seu jardim dos sentidos:



LC - Ary, quando foi o seu primeiro contato com a fotografia?
Primeiramente #foratemer. Segundo, parabéns pela iniciativa de criar o Blog, Erick. É muito bacana e importante ter um espaço para divulgar e enaltecer cultura, arte e processos criativos. E obrigado pelo contive. Então, como vim do desenho, das artes plásticas, ilustrações de livros para mim sempre funcionaram como sintetizadoras de ideias. Podiam traduzir toda a essência de um texto apenas em uma imagem. Daí na época do velho Fotolog, muito mais do que publicar fotos, eu queria criar imagens que ilustrassem as ideias dos textos que eu escrevia. Foi aí que eu comecei a fotografar, produzir imagens. Algo bem parecido com o que faço hoje, mas sem a menor pretensão. Naquela época nem imaginava que fosse um dia virar fotógrafo. Achava que era uma coisa muito distante e complexa.

LC - Em que momento então caiu a ficha de que você havia se tornado fotógrafo?
Foi quando eu fotografei meu primeiro ensaio, pensado mesmo para ser um material fotográfico mais sério. Um amigo queria descolar uns trampos como modelo e eu me ofereci para dar uma força, fazer as fotos. Mas só quando terminou, que eu abri as fotos no computador, foi que caiu a ficha, pensei: “Acho que eu sei fazer isso”. E fui me encorajando a fazer outros experimentos.  



LC - Como você vê o cenário artístico de João Pessoa?
Então... apesar de já ter participado de alguns eventos, exposições coletivas, não me sinto com propriedade para opinar sobre (sendo bem Glória Pires no momento kkk). Até porque dentro do que eu faço, me sinto um pouco deslocado, saca? O meu processo nasceu na Web, só depois que partiu para o plano físico. Sou novo nas quebradas kkkkk. Mas existe uma sensação que é a de que existe muita potência criativa, porém cada um no quadrado do seu Ego, não sinto que exista um movimento, uma cena artística enquanto coletivo, pessoas dialogando sobre o fazer arte, sabe? Ao menos eu não conheço.



LC - Como é o seu processo criativo geralmente?
É sempre muito intuitivo. Eu até já fiz coisas onde sentei para pesquisar, conceituar, planejar. Mas os projetos que me deixam mais apaixonados são os que surgem à partir da intuição, mesmo. É quando eu ainda não sei no que vai resultar, mas à medida que vou produzindo, a coisa vai tomando corpo, ganhando forma. É como um mosaico feito de pequenos lampejos de inspiração, criando aos poucos um painel imagético que antes de qualquer coisa, diz muito mais sobre mim mesmo.
  
LC - Como você definiria então o trabalho que você faz hoje?
Voltando sobre o Fotolog, naquela época eu fui percebendo que a imagem, enquanto fotografia, ilustração e afins, tinha uma potência gigantesca que podia muito mais do que se propunha, por ter uma disseminação instantânea, alcançando um maior número de pessoas que qualquer outro tipo de arte. Mas só anos depois, inclusive depois de uma breve passagem pelo Teatro, eu fui descobrindo dentro do meu processo de ‘produzir imagem’, que eu poderia criar um produto híbrido, que tivesse um pouco de artes plásticas, do meu olhar sobre a beleza, da estética de moda vestindo uma certa teatralidade ou não, sem a pretensão de ser arte, mas com referências de arte. Com a leveza do entretenimento, mas esmero profundo em sua feitura. Acho que é por aí. A gente vive numa época onde tudo é tão veloz e as coisas precisam acontecer parece que todas ao mesmo tempo, que eu não acredito mais na arte que ficou presa nos redutos clássicos, sabe. Hoje penso que a arte tem que ir atrás do seu público. O cantor que disponibiliza o álbum para download free, que vende o cd na banca de revista, no teatro que é feito na rua, em exposições de arte montadas em espaços públicos.



LC - Quem te inspira no momento e porque? 
Lady Gaga, sempre. Porque sinto que ela precisa da arte para manter uma certa sanidade, saca? E eu me identifico porque se não estiver fazendo nada que envolva processos criativos, minha vida vira um tédio sem fim. O mundo é muito chato, viver é uma mesmice. Então preciso sublimar essa realidade dentro de algum processo criativo que me transporte uma dimensão mais divertida.


LC - Qual foi o trabalho mais complexo em termos de criação e execução? 
Todo trabalho tem um nível de complexidade, mas como eu tenho sempre uma visão aérea do todo, e um certo domínio da execução de suas camadas, nada me soa muito dificultoso, não. Agora, posso citar um desafio que foi um ensaio que fotografei a pedido de um amigo, onde eu só conheci a modelo na hora de fazer as fotos e o detalhe que ela estava passando por um processo de quimioterapia por conta de um câncer. Foi a primeira vez que eu não fazia a mínima ideia do que fazer e por onde começar. Mas a gente tinha uma praia bem a nossa frente e o mar é sempre uma ferramenta muito inspiradora, tanto que tudo foi fluindo de forma orgânica, aos poucos. Posso dizer que é um dos trabalhos mais sensíveis e tocantes.

LC - Pra fechar, me diga uma música, um clipe, um filme e um livro que te inspiram!
Vou citar duas músicas que também são dos clipes que mais me inspiram: "Ride" da Lana DeL Rey e "Marry The Nigth" da Gaga. "As Horas" é um filme mega deprê, mas que eu amo, até pelo fato de ser o filme adaptado do romance que supera a obra escrita. Caso raro, né? E livro, "O Alquimista" do Paulo Coelho, que sempre traz a velha máxima de que só somos felizes quando seguimos a nossa lenda pessoal. Não é o melhor livro que já li, mas o que mais me inspira.



Falou e disse Ary! Quer saber mais?
Insta - @aryregis

@bloglaranjacravo

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

O que é laranja cravo?


LARANJA CRAVO - Introdução



Na verdade, "laranja cravo" é aquele tipo de laranja em gomos, em outras localidades eu creio que é chamada de tangerina, mas o termo em si é mais usado no nordeste, e como eu sou nordestino gostei do nome para batizar meu blog. É a mesma coisa de "girimun" e abóbora, são a mesma coisa, mas com denominações completamente diferentes. Há muito venho pensando em criar um página, mas não sabia especificamente de quê! Até que decidi falar de tudo, tudo mesmo, da vida em seu cotidiano, dos filmes, dos livros, dos sorrisos... Um blog para compartilhar, até porque nada mais propício já que estou me graduando em jornalismo, mas sempre gostei de escrever. Então essa página não terá definição, não será preto ou branco, terá de tudo um pouco! Meu nome é Erick Marques, tenho 23 anos, adoro falar comigo mesmo e com os meus amigos e moro em João Pessoa no estado da Paraíba, terra que acho muito quente mas amo mesmo assim. Sejam bem vindos!

Obs: Acho que se houvesse alguma adaptação de "Laranja Mecânica" no Nordeste, certamente se chamaria "Laranja Cravo", e ao invés de Beethoven, o responsável pela trilha sonora seria Jackson do Pandeiro!